Artigo de autoria do Jornalista Jânio Pinheiro de Holanda
Estamos na segunda quinzena do mês de julho, época de maior movimento nas praias litorâneas piauienses. O momento é de lazer: férias da criançada, de autônomos e de alguns trabalhadores que têm o privilégio de escolha (a maioria no serviço público) para este período. Mas, “vamos direto ao assunto”, como diz um comentarista nacional. Como as eleições vindouras já foram bastante antecipadas, todos vão poder observar o vespeiro de políticos perambulando pelas praias do nosso Litoral.
Sabemos que neste período são recorrentes os principais canais de televisão reproduzir matérias ao vivo dos acontecimentos no local. Sabemos também, que onde as câmeras e holofotes estão lá estão eles. Mas, eles quem? Claro, os pretensos candidatos aos diversos cargos eletivos nas eleições que se aproximam. Na oportunidade, serão entrevistados vão rasgar elogios ao governo – os que dele fazem parte -, falarão dos projetos desenvolvidos na região do litoral, das perspectivas de obras, da conclusão do porto, enfim, muita vanglória.
Por outro lado, e bem perto dali, os sofredores e hoje descamisados sobreviventes da tragédia da barragem de Algodões, em Cocal ainda esperam - sentados – a prometida ajuda do poder público nos três níveis. Sem moradia, sem alimento, sem escola e sem atendimento de saúde, a maioria padece amontoada em abrigos públicos superlotados. Assim como nas praias, “os nossos representantes” marcaram presenças contínuas e deixaram seus velhos discursos de retórica ecoando ainda hoje nos ouvidos dos desabrigados que ingenuamente esperam o que lhes prometeram.
A situação das pessoas que sofreram diretamente as conseqüências da tragédia confunde com a dos comerciantes e fornecedores locais que foram autorizados pelo governo a suprir os atingidos com mantimentos e alimentos, pois ao que sabemos, o ressarcimento para esses comerciantes ainda está emperrado na burocracia.
Embora ainda não seja ano de eleição e muito antes da permissibilidade legal para a propaganda dos candidatos, já temos campanhas nas ruas, nas rádios, nas TVs e na imprensa escrita. Disfarçadas é certo, mas com todas as características de quem quer impor seu nome para os eleitores. Portanto, o eleitor deveria ignorar o candidato que transgride a lei, pois desde já, começa a demonstrar sua real intenção ao povo.
“Todos deveriam ter oportunidades iguais”.