31 de março de 2012

Os pobres têm direito à educação

Jânio Holanda
Até quando vai persistir o caos na educação estadual piauiense? Entra ano, sai ano, entra governo, sai governo, e as greves se sucedem com frequência nessa área, que é de suma importância para o desenvolvimento do estado e de seu povo. A categoria, liderada pelo Sindicato, alega constantemente que durante as negociações o governador do momento não cumpre nada daquilo que havia prometido, tentando apenas empurrar a situação com a barriga, prorrogando prazos.

O problema inicia logo na abertura do período letivo e se estende até ao final do ano, repetindo-se pelo menos por três ou quatro vezes no período. Esta causa já parece que faz parte do calendário de eventos do Piauí. E o pior: ninguém está preocupado com os números negativos e vergonhosos divulgados sobre a educação brasileira.

Na primeira greve deste ano o impasse continua e sem perspectivas de resolução. Por um lado, o governo prega a falta de recursos para pagar o piso nacional; por outro, o comando do movimento paredista diz que o governo não paga porque está utilizando os recursos do Fundeb para outras finalidades. De certo é que, sem entrar no mérito das questão, o problema vem prejudicando os filhos das famílias de baixa renda, que não têm a quem recorrer para ter acesso ao conhecimento.

Afinal, os professores da rede pública estadual mantém a greve que já dura mais de 30 dias e nenhuma perspectiva de sinal verde para retornarem as atividades. Na última assembleia geral realizada, eles decidiram por unanimidade continuar a paralisação. Em protesto contra a proposta do governador Wilson Martins os professores estão fazendo manifestação quase diárias em frente ao Palácio de Karnak para ver se o comandante atende suas reivindicações.

Segundo o Sindicato dos Trabalhadores da Educação no Piauí (Sinte-pi), o governador propôs na última terça-feira aumento de 22% somente para professores de "Classe A e B". Para os outros, o acréscimo será apenas relativo à inflação, ou seja, 6%, e deverá ocorrer a partir de maio. Perguntamos: para que somente alguns devem ser contemplados? E mais: o mês de maio está muito próximo, será se até lá o governo tem provimento para cumprir o acordo?

Pelo andar da carruagem, essa querela ainda vai render muito, afinal existe até projeto de lei que propõe retirar direitos dos educadores como a regência (pó de giz) – o governador pretende incorporar a regência de classe no vencimento. Porém, a categoria não aceita, e está dialogando com os parlamentares no sentido de evitar a aprovação do projeto.

Por Jânio Holanda – Jornalista