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Jânio Holanda |
Até quando vai
persistir o caos na educação estadual piauiense? Entra ano, sai
ano, entra governo, sai governo, e as greves se sucedem com
frequência nessa área, que é de suma importância para o
desenvolvimento do estado e de seu povo. A categoria, liderada pelo
Sindicato, alega constantemente que durante as negociações o
governador do momento não cumpre nada daquilo que havia prometido,
tentando apenas empurrar a situação com a barriga, prorrogando
prazos.
O problema inicia logo
na abertura do período letivo e se estende até ao final do ano,
repetindo-se pelo menos por três ou quatro vezes no período. Esta
causa já parece que faz parte do calendário de eventos do Piauí. E
o pior: ninguém está preocupado com os números negativos e
vergonhosos divulgados sobre a educação brasileira.
Na primeira greve deste
ano o impasse continua e sem perspectivas de resolução. Por um
lado, o governo prega a falta de recursos para pagar o piso nacional;
por outro, o comando do movimento paredista diz que o governo não
paga porque está utilizando os recursos do Fundeb para outras
finalidades. De certo é que, sem entrar no mérito das questão, o
problema vem prejudicando os filhos das famílias de baixa renda, que
não têm a quem recorrer para ter acesso ao conhecimento.
Afinal, os professores
da rede pública estadual mantém a greve que já dura mais de 30
dias e nenhuma perspectiva de sinal verde para retornarem as
atividades. Na última assembleia geral realizada, eles decidiram por
unanimidade continuar a paralisação. Em protesto contra a proposta
do governador Wilson Martins os professores estão fazendo
manifestação quase diárias em frente ao Palácio de Karnak para
ver se o comandante atende suas reivindicações.
Segundo o Sindicato dos
Trabalhadores da Educação no Piauí (Sinte-pi), o governador propôs
na última terça-feira aumento de 22% somente para professores de
"Classe A e B". Para os outros, o acréscimo será apenas
relativo à inflação, ou seja, 6%, e deverá ocorrer a partir de
maio. Perguntamos: para que somente alguns devem ser contemplados? E
mais: o mês de maio está muito próximo, será se até lá o
governo tem provimento para cumprir o acordo?
Pelo andar da
carruagem, essa querela ainda vai render muito, afinal existe até
projeto de lei que propõe retirar direitos dos educadores como a
regência (pó de giz) – o governador pretende incorporar a
regência de classe no vencimento. Porém, a categoria não aceita, e
está dialogando com os parlamentares no sentido de evitar a
aprovação do projeto.
Por Jânio Holanda –
Jornalista