Além da caminhada,
haverá uma audiência pública com os gestores do Estado, no Centro
Diocesano de Picos.
Insatisfeitos com as
medidas emergenciais tomadas por órgãos que atuam no enfrentamento
da seca no Piauí, agricultores e agricultoras e entidades da
sociedade civil vão às ruas no dia 31 de outubro de 2012, no
município de Picos, para exigir do Governo medidas estruturantes
para a convivência com o semiárido.
Além da caminhada,
haverá uma audiência pública com os gestores do Estado, no Centro
Diocesano de Picos. O objetivo é encaminhar ações de enfrentamento
aos efeitos da seca, já propostas na primeira audiência realizada
em São Raimundo Nonato, em agosto deste ano.
São aguardadas cerca
de 1500 pessoas para o ato público. Os manifestantes irão se
concentrar na Praça Félix Pacheco, a partir das 6h da manhã. De lá
a marcha segue para o Centro de Treinamento Diocesano, onde será
realizada a audiência pública às 10h.
Cerca de um milhão de
pessoas vive no semiárido piauiense. Dados da Defesa Civil apontam
que 184 dos 224 municípios do Estado estão em situação de
emergência. “As cidades mais atingidas foram Oeiras, São Raimundo
Nonato, Picos, Simões, Simplício Mendes. A perda da produção de
alimentos é estimada em 85%”, afirmaCarlos Humberto Campos,
coordenador do Fórum Piauiense de Convivência com o Semiárido.
I Grito do
Semiárido
No dia 03 de agosto, no
município de São Raimundo Nonato, mais de mil pessoas de 22
municípios da região sul do Estado participaram da I Marcha do
Grito do Semiárido. Além da insatisfação com a falta de apoio
governamental após longos meses de seca, os trabalhadores e
trabalhadoras rurais trouxeram no peito a marca da indignação.
“Os últimos meses
têm sido de muito sacrifico. Nós cobramos que o governo tenha bons
olhos e enxergue as necessidades do povo, fazendo alguma coisa em
benefício da população que está sofrendo”, ressalta o
agricultor de São Raimundo, Nonato Félix Neres, 80 anos.
As entidades que
compõem o Fórum Piauiense de Convivência com o Semiárido
juntamente com as famílias agricultoras têm discutido soluções
para o enfrentamento da seca. Por se tratar de um fenômeno climático
natural da região, há a necessidade da efetivação de ações para
a convivência com a região semiárida.
“O grito serve para
dizer aos poderes instituídos do município, do Estado e também do
governo federal que por mais que se estejam encaminhando ações
emergenciais e compensatórias do problema da seca, há de haver
ainda um relacionamento, uma interface das várias políticas e
serviços públicos que se façam chegar às famílias em tempo
hábil, com efetividade”, pontua o coordenador da Cáritas
Diocesana de São Raimundo Nonato, Hildebrando Pires.
Por Paula Andréas
