Dilma Rousseff - Presidente do Brasil |
Existem algumas imagens
que não saem das nossas cabeças como a certeza de que alguns fatos
se repetirão nas mesmas ocasiões, nos mesmos cenários, as mesmas
falas e as mesmas justificativas das autoridades. São assim com os
pontos extremo da cidade de São Paulo no dia de seu aniversário, os
agradecimentos de pessoas homenageadas em solenidades, as noites
varadas nos estudos, nos discursos de formatura; e a mais grave, são
as enxurradas arrastando casas, bens e ceifando vidas em todos os
verões brasileiros.
Coroa tudo isso, as
promessas de todas as soluções e construções nas campanhas
eleitorais de todos os candidatos. Imediatamente após a posse, a
frase “a coisa tá mais feia do que pensava” completa a
cantilena.
Dilma Rousseff foi
além. Todos os seus subalternos choravam por antecipação só de
imaginar os gritos e as caras feias da super gestora. Por enquanto a
grandeza do governo se restringe os pitos.
Com metade do mandato
cumprido, os resultados não poderiam ser piores, especialmente em
infraestrutura.
A revista Veja desta
semana, nº 2304, traz números que pressupõem o aumento da gritaria
e talvez precise chegar aos berros. São defasagens absurdas nas
áreas de energia, rodovias, ferrovias, impostos e aeroportos. Na
habitação, o governo entregou 1 milhão de casas dos 4 prometidos
até 2014. Faltam só 3 milhões e 400 mil casas para entregar em
pouco em 2 anos.
Na sua campanha foi
“compromissada” a construção de 6.000 creches até 2014;
apenas, disse, apenas, 20 creches foram entregues em metade do
mandato. Nesse ritmo seriam necessários somente 600 anos para
concretizar sua meta.
Postos de saúde foram
inaugurados 1.238 e o governo atingiria tranquilamente sua meta de
construir 8.000 se aumentasse sua capacidade em 450%.
Sua administração tem
de positivo apenas a demissão das pessoas flagradas surrupiando o
dinheiro público. Mas o ideal é evitar o sumiço da grana. Além
disso, na Bahia, paga energia que não vai pra ninguém e usinas
estão há 25 anos para serem construídas; dos quais 10 são do
Partido dos Trabalhadores – PT.
Agora, com a inflação
sempre acima da meta média estabelecida e o pibinho de corar
qualquer gestor tupiniquim, ela diz querer um “pibão”. Essa
posição assemelha-se às dos treinadores de futebol culpando seus
jogadores por algumas derrotas, por não terem realizado o que eles
determinaram. Só tinham mandado dois pernetas marcarem o Maradona e
o Messi e eles não conseguiram cumprir a tarefa determinada. Era só
marcar os dois. Assim é fácil ser gestor.
Para manter o legado de
Haddad, vazaram as notas dos alunos na prova do Enem; sem nenhum
prejuízo, atestou o ministro da Educação.
As notas da redação
fazem parte do conjunto que define a do curso e a faculdade do aluno,
mas só vai ter conhecimento da correção depois de consumados todos
os seus efeitos. E a Justiça brasileira, na sua costumeira
imparcialidade, derruba sempre as decisões favoráveis aos alunos,
numa rapidez nunca antes vista na sua história.
Deve estar colado no
ouvido de todos a imagem enfática da presidenta assegurando o
cumprimento de todas suas propostas que, inexplicavelmente, nenhum
meio de comunicação reproduz. E são os mesmos que cobram memória
e politização do cidadão.
Mas os erros fazem
parte de qualquer atividade. Mas o presidente da República, os
governadores e os prefeitos no Brasil não erram, seguidos pelos seus
auxiliares. Todos os dias os brasileiros são bombardeados por
explicações incoerentes, inverídicas e na maioria das vezes
bizarras, num menosprezo total à inteligência de todos.
Por exemplo, o governo
de São Paulo atesta o acerto da despoluição dos rios Tietê e
Pinheiros, mesmo depois de vinte anos de trabalho, de gastar dois
bilhões de dólares e de ter aumentado a poluição. Até a metade
do mandato, a única meta cumprida por Dilma Rousseff foi a dos
gritos impiedosos e do chororô de alguns ministros.
Caso aumente em 300%,
em 2013 o Brasil terá um Pibão de 3%. Deve faltar pastilha para a
garganta da presidenta.
PS – Tem laicidade
maior do Estado do que fornecer passaporte diplomático a líderes
religiosos? E o Princípio Constitucional da Publicidade não alcança
o governo do Rio de Janeiro?
Pedro Cardoso da Costa
– Interlagos/SP
Bacharel em Direito