Os milhares de ativistas que estão nas
ruas em defesa de direitos sociais, no Piauí, acompanhavam pelo
noticiário, desde 26 de junho, a luta de um jovem de apenas 14 anos
para sobreviver.
No dia 7 de julho, lamentavelmente, o
estudante Paulo Patrick, que foi atropelado durante uma manifestação
na Av. João XXIII, em Teresina, faleceu em decorrência
principalmente dos graves ferimentos na cabeça. De acordo com
relatos de manifestantes, Patrick tentava fugir da repressão
policial quando foi violentamente colhido por um taxista. Outros
estudantes escaparam por pouco do atropelamento.
Poucos
minutos antes de ser atropelado, Patrick havia concedido entrevista a
uma emissora de TV. Ele falava, com grande entusiasmo, dos motivos
que estão levando milhares de pessoas às ruas, de norte a sul do
país: a necessidade de se garantir transporte público de boa
qualidade, justiça social, mais investimentos em educação e saúde
públicas. Falava também contra a repressão policial que tem sido
prática corriqueira das forças da segurança pública (PM) do
governo Wilson Martins (PSB) aos movimentos sociais.
A morte
de Patrick causou muita revolta e comoção para os ativistas de
movimentos sociais, não só do Piauí. Ele é a sétima vítima
fatal no país, desde junho, quando começaram as grandes
mobilizações sociais que sacodem o Brasil. Tais “fatalidades”
são parte da política de vários governos (do PT, PSDB, PSB) em
quererem calar à força os movimentos sociais, como acontece nas
greves das obras do PAC, do governo federal. Antes de serem
“acidentes” (atropelamento, quedas de pontes e viadutos etc),
tais mortes se dão em conseqüência, em último caso, à forma como
o sistema capitalista e a “democracia burguesa” tratam as
manifestações sociais: com muita violência e criminalização.
A
mobilização social e a disposição de querer mudar o país não
podem receber a culpa pela morte de Patrick. Mas ao invés de se
combater a violência policial e abordar as manifestações de rua
como uma necessidade para se conquistar as verdadeiras mudanças,
grande parte da mídia local vem fazendo uma campanha de
amedrontamento para que pais e mães de jovens tentem convencer os
filhos a não se manifestarem, usando o trágico acontecimento
envolvendo Patrick.
Aos pais do jovem Patrick e aos
parentes e amigos dele, manifestamos nossa mais sincera
solidariedade. Patrick não era filiado a nenhum partido e não
participava organicamente de nenhum movimento social, assim como
milhões que vão às ruas no Brasil. No entanto, por fazer parte de
uma mesma causa e por acreditar que as verdadeiras mudanças virão
das ruas, Patrick pode ser chamado de companheiro.
Companheiro
Patrick, seu grito por justiça social não se calará. Ele ecoa
juntamente com o grito dos que lutam em Teresina, em São Paulo, no
Egito, ou na Síria por um mundo melhor.
Companheiro Patrick,
presente!
Teresina, 10 de julho de 2013.
Partido
Socialista dos Trabalhadores Unificado - PSTU