Vem aí mais uma eleição e junto com
ela a farra de dinheiro público. Pode crer meu caro compatriota!
Antigamente o Brasil era conhecido e considerado mundialmente o país
do futebol, porém, agora mudou o titulo para “país das eleições”.
E olhe lá. A soma de valores envolvida nas campanhas eleitorais dos
diversos candidatos ultrapassa a cifra gasta em transações
envolvendo atletas brasileiros entre clubes e empresas
patrocinadoras.
Alternadas de dois em dois anos, as
eleições brasileiras são disputadas neste pequeno espaço para os
cargos de presidente da República e vice, senador e suplentes,
governador e vice, deputado federal e estadual, prefeito,
vice-prefeito e vereador. Gente, pra falar a verdade, não consultei
nenhum analista político ou econômico para totalizar tanta
dinheirama. Porém, nem é preciso recorrer a isso, pois os informes
diários dos meios de comunicação anunciam diariamente tal
aberração.
Para se ideia o custo das eleições
para prefeito e vereador no ano passado nos 5.568 municípios
brasileiros foi o mais alto da história do país. O TSE (Tribunal
Superior Eleitoral) contou com a dotação orçamentária de R$ 597
milhões para custear todo o processo, incluindo primeiro e segundo
turno, contra os R$ 480 milhões que foram consumidos nas eleições
de 2010, para presidente, governador, senador e deputado federal e
estadual.
Afora os gastos públicos oficiais que
saem dos nossos bolsos o que não dá para entender fica por conta
das doações realizadas entre candidatos, comitês financeiros e
partidos políticos não estão sujeitas aos limites de gastos. Outra
coisa é com relação às prestações de contas e declarações de
bens dos candidatos e seus financiadores.
Nesta hora todo mundo é pobre! O
patrimônio é tão minúsculo que às vezes serve de chacota para os
humoristas de plantão, pois é totalmente diferenciado das
ostentações do dia a dia dos candidatos coadjuvantes.
No Piauí, por exemplo, tem candidato
rico de milhão, que se apresenta, de acordo com os bens declarados à
Justiça Eleitoral como pobre de bastão. Pena que a lei nunca pega
esses que se passam por “nossos representantes”. Apesar do
esforço da justiça em coibir as investidas dos candidatos na compra
de votos, o país ainda está longe de obter sucesso na lisura de
cada pleito que se sucede.
Todo dia vemos e ouvimos a imprensa
anunciar mandatos eletivos de políticos sendo cassados por força
desse ato, muito embora e, infelizmente, a maioria retorna ao cargo
após recorrer das sentenças em instâncias superiores. Por isso, o
abuso do poder econômico ainda persiste neste país. Eis aí a
explicação de tanto dinheiro espalhado nas campanhas eleitorais
brasileiras.
De certo é que no Brasil nunca se
conseguiu construir caminhos diferentes para fazer conviverem o rigor
da gestão pública e a batalha eleitoral. De começo, banir a
reeleição certamente já seria uma boa meta. Aí sim certamente o
Brasil pudesse voltar a ser conhecido novamente como o país do
futebol e não de eleições.
Jânio Holanda - Jornalista