A
Polícia Federal com o apoio da Receita Federal deflagrou na manhã
desta quarta-feira (20/08) a Operação Sorte Grande, com o objetivo
de cumprir mandados de busca e apreensão e condução coercitiva em
desfavor de um grupo empresarial de grande porte, pela prática de
sonegação fiscal, falsidade ideológica e lavagem de dinheiro em
associação criminosa.
O
grupo empresarial, que atuava nas áreas de comunicação (TV, rádio
e jornal), venda de veículos (concessionárias), empreendimentos
imobiliários (construção de shopping centers e outros imóveis),
educação (faculdades) e de saúde (hospital e operadoras de plano
de saúde), principalmente, nos estados do Piauí e do Maranhão, por
sonegação de contribuições previdenciárias e tributos em geral
que, em 2013, chegaram ao valor consolidado de, aproximadamente, R$
896 milhões.
As
investigações demonstraram que, utilizando-se de “laranjas” e
de empresas offshore, sediadas no paraíso fiscal das Ilhas Virgens
Britânicas, o grupo realizou sucessivas mudanças nos quadros
societários das empresas devedoras do fisco para afastá-las de seus
verdadeiros proprietários e transferiu os seus ativos para novas
pessoas jurídicas, também constituídas com o emprego de “laranjas”
e offshores, deixando as devedoras “desmontadas”, apenas com as
dívidas.
Para
evitar o efetivo pagamento dos débitos tributários e impedir a
persecução penal em desfavor dos responsáveis, os envolvidos nas
fraudes aderiram a programas de recuperação fiscal, legalmente
previstos em conformidade com a Receita Federal, arrolando, em
garantia, bens de baixos custos (cadeiras e aparelhos de ar
condicionado, por exemplo), com o que conseguiam estabelecer parcelas
mensais ínfimas, cujo pagamento integral nunca será concretizado.
A
Operação Sorte Grande contou com a participação de 85 policiais
federais, entre delegados, peritos, escrivães e agentes, além de 18
auditores e quatro analistas tributários da Receita Federal.
Leonardo
Lima
Chefe
Substituto da Divisão de Comunicação Social da Polícia Federal-PI