Artigo de autoria do Jornalista Jânio Pinheiro de Holanda
A força poderosa do presidente Lula desvirtuou o PMDB. O PMDB sim, aquele incansável baluarte partido que encabeçou a campanha das diretas já para a redemocratização do país na década de 80. O partido não é mais o mesmo. Está sem rumo. As decisões do partido são tomadas de fora para dentro, parece que não é o mesmo graças ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Apegado a cargo e as benesses que o poder oferece “suas lideranças” contentam-se com a parte do bolo que circunda o poder central. O efeito é dominó. De Brasília as imposições do PT chegam aos estados e seus caciques anunciam como deve ser as regras do jogo para os partidos que compõem o governo do PT. Prova disso, todos viram e ouviu da Ministra Dilma quando da sua recente visita ao Piauí. Na ocasião, ele sugeriu a permanência de Wellington Dias no comando do governo até o seu final.
A Ministra sequer quis saber se o governador aceitaria ou não, mesmo sabendo ela que Wellington está com o pé dentro do Senado da República, conforme dizem as pesquisas feitas até o momento. A estas alturas os pré-candidatos a sucessão do governador há muito que estão com seus blocos nas ruas. E até já iniciaram os planejamentos de suas chapas, contando com a possibilidade de Wellington Dias permanecer no Karnak.
Tempo vai tampo vem e as noticia dão conta de que Wellington Dias vai mesmo deixar o governo para ser candidato ao Senado em 2010. Com isso, muda todas as estratégias montadas pelos pré-candidatos. Nenhum, até o momento, não retirou a candidatura. Todos defendem que saem pela base aliada, mas alguns estão ficando para trás na maratona. Motivo: os números das pesquisas – principal abalizador de candidaturas.
Mas voltando ao tema de início que trata sobre o PMDB, lideranças do partido no Piauí, lideranças nacionais e lideranças de outros partidos se reuniram em abril, no Cine Teatro da Assembléia Legislativa do Piauí para participarem do lançamento da candidatura do deputado federal Marcelo Castro (PMDB), ao cargo de governador do estado na eleição de 2010.
Após o evento a auto-estima dos peemedebistas subiu e Marcelo Castro já falava grosso sobre a união do PMDB e a candidatura estava posta. Dali pra frente o caminho era visitar todos os municípios do estado levantando a bandeira do partido e anunciando a decisão. O Homem até posou em cima de cavalo selado. Tudo era positivo. Os analistas até faziam previsões de quem seria o vice de Marcelo Castro. As pesquisas favoráveis, enfim, foram três meses de euforia.
Hoje, a candidatura estagnou, os números das pesquisas também e já existem comentários dentro do próprio partido que Marcelo Castro seria o melhor candidato a vice-governador. Estas palavras saíram da boca do presidente da Assembléia Legislativa, deputado Themístocles Filho, anteriormente o principal articulador da campanha de Marcelo Castro ao Governo.
Themístocles Filho disso isso ao vivo e em cores no programa do apresentador Silas Freire, que tascou a seguinte pergunta para o presidente da Assembléia: deputado, dizem que o senhor é o melhor vice do PMDB para governador? “Não, não. O melhor vice é o Marcelo. Um homem que obteve mais de 160 mil votos. Eu só tive 40 mil”.
Portanto, o PMDB de hoje é este. Dividido e sem perspectivas de chegar novamente a governar o Estado do Piauí. Apesar da sua magnitude, hoje o partido se contenta em ficar na sombra dos outros, porém encastelado no poder.