Logo que passou as festas de comemorações alusivas ao resultado oficial do 2º turno das eleições para sucessão estadual no Piauí, que confirmou a reeleição de Wilson Martins (PSB), ele informou na primeira entrevista coletiva na residência oficial, que pretende fazer uma reforma administrativa, para reduzir o tamanho da máquina do Estado. A fala do governador foi um aviso direto aos gaviões loucos para abocanhar cargos na sua “nova administração”.
Como todos sabem a eleição vitoriosa de Wilson Martins sacramentou-se por uma série de ajuda política proveniente de todas as matizes partidárias do Estado. Isso significa dizer que todas essas lideranças que deram a sua contribuição vão querer a recíproca. Ao afirmar para imprensa que pretende enxugar a máquina administrativa com a extinção de órgãos e alguns cargos, sem “querer querendo” ele deu um chega pra lá nas pretensões daqueles que se acham merecedores do reconhecimento, através de nomeação para algum posto no governo.
Com isso, Wilson tenta transparecer publicamente que fará uma administração ao seu próprio estilo. Pois aqueles que o acompanharam na campanha pensam ou querem que ele faça o que seu antecessor Wellington Dias fez. Isto é, dando vez e voz para todos. Wellington agradou gregos, troianos e moicanos. Distribuiu cargos para todo mundo, criou secretarias e outros organismos, encheu a Assembléia Legislativa de suplentes e ainda criou cargos com denominações de coordenadores de projetos estratégicos, que tem o mesmo status de secretário de estado.
De certo é que contemplou, repito, todo mundo. A tática rendeu-lhe a eleição vitoriosa e tranquila para o senado da República sem ser incomodado por nenhum concorrente. Acontece que o tempo foi passando e os recursos federais destinados ao Estado foram minguando. Hoje muitas obras que estavam em andamento foram paralisadas e alguns projetos também. Planos de Cargos e Salários de alguns servidores celebrados em acordos ainda não foram executados e cumpridos, ficando assim a batata quente para Wilson descascar.
Inteligente, Wilson Martins estuda uma forma de tocar o governo a seu modo na intenção de deixar a sua marca registrada. Afinal Wilson é Wilson e Wellington é Wellington. Dizem por aí, que os petistas que ficaram nos cargos continuam recebendo orientações de Wellington Dias. Quer dizer: o comando do Estado ainda é dividido entre ex-governador e o atual.
Por isso, responda-me se você for um bom entendedor: o que Wilson Martins quis dizer quando “pretende deixar o Governo no tamanho que o comporte. Que não se pode gastar mais do que arrecada e tem que arrecadar mais”? Para mim ele quis dizer que tem que compatibilizar as receitas e despesas. Então, a máquina vai ser do tamanho que o Estado suportar.
Parece-me que as críticas de seu adversário Sílvio Mendes, que apontava o inchaço da máquina pública incluindo “mordomias” no governo, citando como exemplo o “aluguel de carros de luxo”, surtiram efeitos.
Jânio Holanda - Jornalista