Os dez técnicos
angolanos que estão sendo capacitados pela Companhia de
Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf)
concluirão sua formação no final de janeiro. Fruto de um acordo
firmado em julho de 2012 entre a Codevasf e a República de Angola, o
curso teve o objetivo de fortalecer a pesca familiar e a criação
comercial de peixes no país africano. O treinamento foi realizado no
Centro Integrado de Recursos Pesqueiros e Aquicultura de Betume, em
Neópolis.
Os técnicos africanos terão a missão principal
de operar centros de apoio à pesca do Instituto de Pesca Artesanal
(IPA) de Angola, semelhantes aos administrados pela Codevasf. Eles
serão responsáveis também por prestar assistência técnica e
imprimir caráter comercial à pesca em Angola, atividade
desenvolvida no país africano em nível de subsistência na zona
oceânica. Essas ações ajudarão a aquecer a economia nacional, que
ficou muito prejudicada pela guerra civil que afligiu o país até
2002.
A criação de peixes e
a pesca comercial ajudarão a diversificar a economia primária, cuja
principal atividade hoje é a criação de gado. Samuel Vieira, que
vive na capital Luanda, reconhece que terá muito trabalho ao
retornar para Angola. “A primeira coisa que vou fazer é matar a
saudade de minha família. Depois, chegará o momento de dispor de
tudo o que aprendemos aqui. Sei que será um grande desafio. Foi um
plano muito louvável do governo angolano”, declare.
Ildefonso Mucuenje,
habitante da província litorânea de Benguela, afirma que terá uma
responsabilidade muito grande quando voltar a seu país de origem. “A
região em que vivo é muito parecida com Sergipe em relação ao
clima. O objetivo de todo esse treinamento é poder ajudar as pessoas
de camadas sociais mais baixas a colocar em prática a piscicultura,
o que vai ser importante para diminuir a pobreza. A piscicultura tem
um potencial muito grande em Angola”, afirma Ildefonso.
Como os participantes
do curso não possuíam nenhum conhecimento em piscicultura e
aquicultura, o treinamento foi iniciado pela parte prática, para que
os técnicos tivessem o primeiro contato com a área a ser estudada.
Em seguida, os profissionais da Codevasf deram início à capacitação
teórica, quando os dez angolanos puderam aprender sobre reprodução
artificial de peixes, produção de alevinos, qualidade da água,
operação de equipamentos, preparação de viveiros, entre outros
conteúdos.
O engenheiro de pesca
Irum Menezes Guimarães acredita que os técnicos angolanos estão
devidamente preparados para executar essas atividades em Angola.
“Eles aproveitaram bastante o curso e têm hoje uma visão global
do assunto. Eles já dominam, por exemplo, a reprodução de
tilápias, uma espécie nativa da África, e de curimatãs. Agora,
eles terão que fomentar o desenvolvimento em suas províncias, além
de capacitar e orientar pessoas que atuam nessa área”, diz o
engenheiro.
O acordo para
treinamento dos técnicos angolanos em Sergipe foi firmado no dia 17
de julho pelo presidente da Codevasf, Elmo Vaz, e pelo embaixador da
República de Angola no Brasil, Nelson Manuel Cosme. Na ocasião, o
diplomata do país africano ressaltou que Angola possuía interesse
também em firmar novas parcerias com a Codevasf na área de
irrigação e arranjos produtivos locais (APLs).
Assessoria de
Comunicação e Promoção Institucional da Codevasf