DEU NO SINPOLJUSPI
Roselandi Sousa
Carne estragada, piso afundando, fossas estouradas e, num espaço físico capaz de abrigar 320 em lotação, a Casa de Custodia Professor José Ribamar Leite amanheceu nesta quarta-feira, dia 19 de março, com 618 detentos, se transformando em um verdadeiro barril de pólvora. O pior da situação é a dificuldade que os agentes penitenciários encontram em desempenhar seu trabalho sem coletes, armamentos e nenhum equipamento de segurança capaz de conter um possível motim ou fuga, que é o mais previsível com tamanha lotação.
De acordo com a denúncia feita por um agente que não quis se identificar, o Comercial Carvalho, vencedor da licitação para fornecer carne para as penitenciárias reconheceu que a carne realmente estava estragada, porém, o almoço servido hoje na Custódia será com carne escaldada para tirar o mau cheiro.
Os detentos reclamaram da carne servida, tanto para a CPI do Sistema Carcerário que fez vistoria na Casa de Custódia como reclamaram aos deputados estaduais, o presidente do Sinpoljuspi, Jacinto Teles e demais diretores do sindicato na Penitenciária Major César Oliveira durante visita na ultima sexta-feira.
Quanto à estrutura física, o Sinpoljuspi encaminhou oficio para o Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura do Piauí – CREA/PI, para que fosse realizada uma revisão na estrutura do presídio que se encontra cheio de goteiras que alagam inclusive o alojamento dos agentes, mas até agora nenhuma resposta foi enviada.
O caos toma conta da penitenciária que exala o odor da fossas sépticas estouradas, encharca quem anda dentro dela quando chover e transmite medo com tamanha quantidade de apenados nela. A Casa de Custodia de Teresina está se tornando um ambiente insalubre.
Risco na ingestão de carne estragada
A má conservação da carne faz com que microorganismos se desenvolvam. Eles podem causar desde uma infecção simples até uma infecção generalizada, desidratação e, dependendo do caso, óbito.
