
Não sei como vão ficar as coisas dentro das suas normalidades até passarem-se as eleições municipais. Tudo agora gira em torno disso, que para muitos é um meio de enriquecimento. Não só no Piauí, mas em todo o território nacional os brasileiros, comem, dormem e respiram política partidária formando um jogo de quebra-cabeças permanente. As cooptações de lideranças são visíveis em vésperas de eleições e os atores estão sempre pulando de galha em galha em busca de um fruto mais volumoso.
Recentemente um jornalista e analista político local em sua coluna diária mencionou alguns nomes de atuais candidatos ao cargo de prefeito em alguns municípios do Estado, afirmando que todos são ou já foram gestores em suas cidades. Claro, que raríssimas exceções devem existir, afinal a vida não é eterna. São políticos que estão sempre mudando de lado, para galgarem postos em setores públicos tanto no âmbito municipal como estadual.
Mas, fatos como estes já se tornaram rotina e até passam despercebidos aos olhos do eleitorado, que não reparam detalhes como estes na hora de sufragar o escolhido. Nestas eleições surgiu uma novidade: a divulgação pública dos nomes dos “fichas-sujas”. A causa é polêmica, pois está gerando conflito entre os tribunais sobre a impugnação ou não dos maus gestores que integram a tal “lista negra”.
Mesmo que estejam respaldados por lei, resta saber se os eleitores vão engolir de novo, os mesmos manda-chuvas que lesaram os seus municípios durante a passagem pelo cargo de prefeito ou mesmo por algum órgão do serviço público local.
Na revista Veja da semana passada, o ministro Ayres Britto, que é presidente do Tribunal Superior Eleitoral, defende a idéia de que sejam impedidos de concorrer indivíduos com “um número incomum de processos, com fatos públicos e notórios de desabono de sua personalidade”. É uma coisa que os próprios partidos deveriam impedir, após analisar as biografias dos pretensos candidatos e viabilizar apenas as candidaturas dos “fichas-limpas”, diz.
Todos sabemos que no âmbito da judicatura brasileira o curso dos processos, além de ser lento, ainda existem diversas instâncias a percorrerem, sem se falar nos recursos que quando são encaminhados têm prazos longos e terminam esquecidos em alguma prateleira dos fóruns deste país afora. Por isso, a maioria dos processos dos “fichas-sujas”, ainda não foram transitados e julgados. Resultado: a própria Constituição Federal lhes garantem o direito de concorrerem.
Portanto, a esperança está nas mãos do eleitor, que através de um voto analisado, onde deva apontar aqueles que podem fazer aquilo que a população do município almeja, que são ações voltadas para o desenvolvimento e o bem estar social. Isto é, priorizando setores que necessitam da ajuda do poder público para atender aos anseios da comunidade. A hora e a vez é essa!