12 de setembro de 2008

Política é coisa séria

Artigo de autoria do Jornalista Jânio Pinheiro de Holanda

Parafraseando o cronista esportivo William Bogéia, que diz em seus comentários: “Futebol é Coisa Séria”, aproveito a oportunidade de tempo eleitoral para dizer o mesmo com a política. Apesar de a democracia oferecer direitos iguais para todos, havemos de convir que muitos candidatos - principalmente a vereador - onde os partidos não exigem nenhuma qualificação do cidadão para postular o cargo, sevem apenas de fantoches para o distinto público sorrir.

Quem está acompanhando o desenrolar desta campanha eleitoral pode observar nos programas de televisão da justiça eleitoral, que certos candidatos não têm nenhum conteúdo programático para levar suas mensagens à população. O vazio de idéias é tão grande que a maioria prefere rimar o próprio nome. Outros se apresentam com apelidos espalhafatosos e o máximo que conseguem é tirar gargalhadas das crianças.

Em outros tempos de um Brasil sério, para o cidadão ser candidato a um cargo eletivo tinha que possuir alguns quesitos necessários, principalmente de conduta. Sem querer desmerecer ninguém, mas a banalização tomou conta da política desde a promulgação da atual Carta Magna do país. A proliferação de partidos de qualquer natureza, sem nenhuma ideologia doutrinária, além da pífia lei eleitoral, permitem candidatos processados até o pescoço disputarem eleições.

Parece que virou moda, e até triplicou, nas últimas campanhas eleitorais, o número de “candidato-humorista” que pretende conquistar voto através de piadas mal contadas. Nem o João Cláudio que é um profissional do humor utilizou a prerrogativa para atrair eleitores. Ao contrário, a sua postura de seriedade no desenvolvimento do mandato, o credenciou como um dos melhores vereadores que já passaram pela Câmara Municipal de Teresina.

Sem sombras de dúvidas a campanha eleitoral deste ano está morna devido à falta de propostas plausíveis para o avanço da cidade. Enquanto os nobres legisladores não acharem por bem mudar as regras para as candidaturas, dificilmente o eleitor se interessará em contribuir para eleições de pessoas ilibadas. O que se vê hoje vem se repetindo a cada dois anos é os poderes sempre representados pelas mesmas pessoas que renovam os mandatos sucessivamente.

No Piauí, há muito tempo não existe renovação ou revelação de caras novas na política. Se houver são raríssimas exceções e passam despercebidas da população. Tanto na capital como no interior prevalece ainda a soberania dos caciques. Para se acabar com isso, portanto, é necessário que haja um esforço concentrado das autoridades que fazem as leis. Se não, daqui a dois anos quando teremos novamente outro pleito, estaremos de novo vendo novamente candidatos-humoristas à nossa frente com suas piadas de mau gosto.