Artigo de autoria do Jornalista Jânio Pinheiro de Holanda
Divergência de opiniões troca de acusações e até agressões verbais foi o que a imprensa escrita e falada mostrou após a decisão do PT em substituir o seu pré-candidato ao governo do Estado, que havia sido lançado há nove meses, em clima de euforia pelos petistas, abalizados pelo governador Wellington Dias. A troca foi de Antônio por Antônio, mudou apenas o Neto por José. Ainda no calor do acontecimento, políticos de todas as matizes partidárias foram procurados por jornalistas para opinarem sobre a decisão do Partido dos Trabalhadores.
Apesar de o PT ter feito um esforço fora do comum para que a população e os eleitores ficassem sabendo que o ato havia sido tomado em consenso pela maioria dos caciques que hoje decidem sobre o partido, o que se viu foi muitos reclames e até choradeira, inclusive do candidato substituído. Para se ter idéia, o que mais chamou a atenção foram às declarações da oposição. Reticentes, fizeram elogios rasgados a Antônio Neto, e afirmaram que o ato era de estreita competência do PT.
Porém, para alguns petistas, principalmente aqueles que não estão afinados com a ala governista, a troca de candidato não os agradou. Todos sabemos que o candidato substituído como sendo uma pessoa maleável no trato, seria aceito até pelos mais radicais por causa desse requisito. Por sua vez, o novo candidato tem a maneira de agir por conta própria e já conta o espaço político garantido. Tem mandato, dirige a maior pasta do Estado e às vezes diverge até do governador, coisa que o substituído ainda não o fez. Por isso, muitos petistas ficaram com o pé atrás nessa história.
Por outro lado, a oposição assiste de camarote o entrevero dos petistas. A maioria oposicionista acha que troca se deu por causa da candidatura de Antônio Neto que não decolou, conforme registram as pesquisas e os outros afirmam que o PT está usando a tática para garantir a vaga de vice, do senador João Vicente, enquanto alguns dizem que a idéia é segurar o governador Wellington Dias na cadeira até o final do mandato.
De certo é que, nós mortais, estamos diante das telinhas assistindo mais um lançamento de um filme, que apenas tem como roteiro principal a garantia do acasalamento de todos que estão no poder a quase oito anos. Temos ai quatro candidatos lançados. Todos são figuras do próprio governo, estão fazendo campanha para não deixarem os nomes esquecidos e assim, ao final, todos vão navegar na mesma jangada. Mudarão apenas os assentos. Esperemos...