25 de fevereiro de 2010

O candidato é do PT

A base é sim aliada ao PT. Porém, o PT não é aliado à base. Pois é, pelas declarações dos petistas da alta cúpula local em se tratando de sucessão estadual, percebe-se que todos os partidos que compõem a base do governo têm a obrigação de marcharem juntos ao PT. Segundo os lideres da sigla da estrela vermelha, o PT deve manter a cabeça da chapa para governador de qualquer maneira, pois o projeto é deles, e só finda em vinte anos. Ora, se realmente isso acontecesse como desejam, não seria uma espécie de ditadura civil?

Numa democracia plena, nada mais justo que a alternância de poder. As mudanças geram novas alternativas e modelos administrativos diferentes. Significa dizer que num mundo globalizado como o de hoje e cheio de novas missões a serem seguidas pelo homem, existam outros norteamentos. As mutações diárias em todos os setores tecnológicos e políticos, as adversidades advindas da natureza, além do açodamento dos egos humanos em busca da supremacia, exigem esta necessidade.

Parece-me que o PT, quer os outros partidos da base apenas como escada. Isto é, cada um serviria de degrau para que ele chegasse ao pico da montanha com facilidade. Com isso, os contentaria com cargos menos significativos no primeiro escalão num provável novo governo. Menos justo, acham os petistas, seria batalhar vinte anos para chegar ao poder e em apenas oito entregá-lo de mão beijada. Não, o mínimo que se pode fazer é perpetuar-se pelo mesmo período, avaliam. Aí sim, ficaria tudo empatado.

Quem assiste aos telejornais do meio dia e atentar bem para as palavras das lideranças petistas nas entrevistas concedidas aos repórteres, tem essa mesma dedução. A atitude não é desprezível, mas é insensata. Pelo menos os argumentos dos próprios pré-candidatos da base acentuam que foi acertado, em parcimônia com o governador Wellington Dias, que o candidato oficial da base seria aquele que apresentasse maior índice de aceitação perante a população e aos partidos aliados. Entretanto, esse primeiro ítem está sendo deixado para trás, caso o candidato seja o do PT.

Portanto, a permanência do projeto de continuação das ações futurísticas do governo de Wellington Dias, poderia também ser seguida por qualquer outro membro da base que venha a substituí-lo. Bastaria apenas a existência de uma harmonia sincera entre todos os partidos aliados. Contudo e pelo visto, o que vemos e ouvimos é que esse projeto tão propagado pelos pretensos sucessores fica apenas no dito da boca para fora. Os agentes envolvidos estão sim, mas de olhos (bem abertos) primeiramente nos cargos. Eis a causa da discórdia.

Jânio Holanda - Jornalista