Apesar de alguns deputados peemedebistas já estarem “apalavrados” com o governador Wilson Martins para apoiá-lo nas eleições vindouras, após o resultado da “bendita” pesquisa com as lideranças do interior, outro grupo do partido não comunga da mesma idéia. Segundo o próprio presidente do PMDB, Marcelo Castro, a pesquisa encomendada para diagnosticar a tendência das bases sobre os rumos que o partido tomará foi apenas um indicativo e o martelo não foi batido ainda.
Ora, se Marcelo Castro já admite que nada ainda foi resolvido, por que o governo já dá como certa a aliança com os peemedebistas? Todos sabem que o PMDB de hoje não é aquele do passado, quando tinha uma ideologia definida. Outrora os peemedebistas reais não se apegavam tanto a cargos como os de agora. Isto vem acontecendo tanto em nível nacional como local.
As eleições deste ano no Piauí são as mais complexas de todas as que já aconteceram no passado para o cargo de governador. São pré-candidatos com desempenhos diferenciados e da grande densidade eleitoral, principalmente os que marcham na oposição: Sílvio Mendes (PSDB) e João Vicente Claudino (PTB). A situação perdeu o comandante Wellington Dias, que afastado do governo tem dado prioridade apenas a viabilização de sua própria campanha para o senado da República.
Wellington Dias reunia todos os requisitos para fazer do candidato à sua sucessão o governador do Estado se estivesse permanecido até o final da administração. Sem ele, o maior partido da base se debandou: o PTB. O PMDB, o outro partido grandioso da antiga base está na indefinição se marcha ou não com o atual governo. De certo, é que qualquer rumo que a cúpula do partido tomar, ainda não conseguirá a união de todas as suas lideranças em prol daquilo que a executiva decidiu.
As lideranças do interior ficaram exprimidas pelo PT durante todo mandato de Wellington Dias e ainda continuam após o comando de Wilson Martins. Daí elas estão fazendo valer aquele velho ditado popular: “Gato escaldado tem medo de água fria”. Além disso, o crescimento do candidato Sílvio Mendes é visível e, com isso, essas lideranças estão apostando na hipótese de mudança.
Na maioria dos municípios, os partidos são relevados a segundo plano. A disputa acontece entre grupos familiares: quando há um com o governo o outro está na oposição. Hoje, o presidente do PMDB, deputado Marcelo Castro - diga-se de passagem uma velha raposa política -, sabe muito bem disso. Não adianta os deputados seguirem um rumo e as lideranças do interior outro. Eis aí a questão da indefinição do PMDB. Esperemos novos fatos.
Jânio Holanda – Jornalista