Assistimos uma verdadeira onda de pedofilia, que atinge gravemente, entre outros criminosos, os padres da Igreja Católica, afetando a disciplina do celibato e o carisma da vocação sacerdotal, considerado como um estado de vida para quem se diz um ministro de Deus.
Por certo não deveria ser justo afastar do sacerdócio aqueles que podem e parecem ter vocação ministerial, mas que não tem qualquer vocação pela vida celibatária, e que a Igreja guarda desde há séculos como uma pedra preciosa.
Os meios de comunicação, o desenvolvimento, muitas informações, tem trazido novos fermentos para a vida, manifestando, também a tendência, dos sacerdotes estarem, na calada da noite ferindo, o que deveria ser sagrado em sua vida religiosa e até cometendo o crime de pedofilia.
Assistimos todos os dias na televisão, a mulher é transformada em alegoria de mercadoria, ao lado dum automóvel. Este é o sinal de como o mercado já colonizou o corpo da mulher com as fantasias sexuais.
Torna-se necessário, urgente, imediato, que a Igreja torne a examinar esta sua instituição característica, abolindo o celibato, cuja observância, segundo alguns, se tornou problemática e quase impossível nos tempos atuais, no nosso mundo.
O problema, em verdade é secular, pois muitos padres da Igreja Católica Bizantina, aderiram há muito tempo, à Igreja Ortodoxa Grega, onde o celibato obrigatório não é exigido.
O celibato para a história do mundo é novo, foi o Papa São Gregório VII (papa de 1073 a 1085), que agindo é claro, em fé, introduziu na Igreja o celibato obrigatório para os seus sacerdotes da Igreja Católica. Agiu com a melhor das intenções, pois queria selecionar os candidatos para o clero, depois da separação da Arquidiocese de Roma e a criação da denominada Igreja Ortodoxa Grega.
Uma verdade que precisamos analisar é que Jesus Cristo - o Homem de Nazaré - deixou bem evidente que há eunucos de vários tipos, mas que os verdadeiros são os feitos pelo Reino dos Céus. Quando o jovem recebe o chamado Sacramento da Ordem, tornando-se padre, ele não se transforma, como que por encanto, num desses eunucos santos. Esse padre fica sujeito a entrar numa forte crise existencial, pois que sua vocação sacerdotal pode ter sido uma ilusão, ou seja, fruto de um idealismo próprio da imaturidade dos jovens.
Ficam os padres a mercê de aventuras amorosas, ou então, passará a sofrer distúrbios psicológicos, que podem levá-lo às tendências homossexuais ou pedófilas. Um padre, que deveria ser um modelo de moral e boa conduta para as outras pessoas, enveredam-se pelo caminho das práticas pecaminosas e até criminosas, como no caso da pedofilia.
O que, como não podia deixar de ser, escandaliza tremendamente as pessoas. Vindo à baila a conhecida frase paulina: “É melhor casar que abrasar-se”. (I Coríntios 7:9).
De acordo com textos bíblicos, Jesus não impôs esta condição ao escolher os Doze Apóstolos, como também, os Discípulos não a impuseram àqueles que iam colocando à frente das primeiras comunidades cristãs.
São situações que vem agitando a consciência de todos e provocando perplexidades nalguns sacerdotes e jovens aspirantes ao sacerdócio, atemorizando muitos fiéis. E o propósito de imprimir novo lustre e vigor ao celibato sacerdotal, nas circunstâncias atuais, ou então, o que seria mais lógico e humano, seria atender o que já vêm sendo discutido no Vaticano, especialmente, depois de Paulo VI, portanto, é necessário a abolição do celibato.
Por Carlos Fernando Priess
Advogado/economista – carlos@priess.com.br