Na audiência pública
que aconteceu nesta quarta-feira (29), promovida pela Comissão de
Educação, Cultura e Esporte, os senadores pediram ao governo que
mantenha abertos os canais de negociação com os representantes dos
professores. Além da solução da questão salarial, argumentaram,
também é necessário debater formas de evitar novas paralisações
nos próximos anos.
A retomada das
negociações foi defendida pelos senadores Cristovam Buarque
(PDT-DF), Eduardo Suplicy (PT-SP), Cássio Cunha Lima (PSDB-PB) que
criticaram a concessão de mais de R$ 20 bilhões em incentivos
fiscais às montadoras de automóveis, bem como encerramento
unilateralmente das negociações.
O senador Cássio Cunha
Lima defendeu que os representantes dos professores “não aceitem o
argumento de um prazo fatal” – caracterizado pelo dia 31 de
agosto, onde a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) será enviada
ao Congresso Nacional - pois, como completou, “quando o governo
quer manda e desmanda nesse Congresso”.
Representando o
governo, o secretário de Educação Superior do Ministério da
Educação, Amaro Henrique Pessoa Lins, disse que todos os docentes
sairão da greve “de cabeça erguida”, uma vez que “ninguém na
Esplanada” obteve os mesmos ganhos dos professores, em referência
a outras categorias de funcionários públicos que entraram em greve.
Segundo o presidente da
Associação dos Docentes da Universidade Federal do Piauí (Adufpi),
Mário Ângelo, a posição dos parlamentares demonstra uma grande
possibilidade das negociações serem restabelecidas.
“Estamos na
expectativa de que os senadores pressionem o governo pela reabertura
do diálogo com a categoria docente. Assembleias promovidas pelos
sindicatos estaduais rejeitaram a proposta apresentada pelo governo.
Elaboramos uma contraproposta que sequer foi avaliada, onde abrimos
mão do reajuste salarial e priorizamos a reestruturação da
carreira”, afirmou.
Amanhã, o Comando
Local de Greve-UFPI visitará os Centros e Departamentos da
universidade com o intuito de mobilizar os docentes que não aderiram
à greve para que possam participar da paralisação, fortalecendo,
assim, o movimento.
Na sexta-feira (31), às
16h, na entrada da universidade, uma nova assembleia será realizada
pela categoria onde serão traçados os encaminhamentos da greve na
conjuntura atual.
Agência Senado e
ADUFPI