9 de dezembro de 2012

É uma lástima, Deoclécio!

Jânio Holanda
No artigo recente comentei o que presenciei durante visita a alguns municípios da região de São Raimundo Nonato, no sul do Piauí, semiárido piauiense. O assunto por mim abordado tratou de mostrar aos conterrâneos estaduais e também para as pessoas de outras bandas, fatos reais sobre as consequências da estiagem naquela região.

Não que tenha ido ali a passeio para fazer turismo, pois apesar das “obras da natureza” que favorece outras localidades com as chuvas, lá também têm as suas maravilhas naturais, como as serras da capivara e das confusões.

Como comunicador, fazia parte de uma equipe de técnicos da Federação das Indústrias do Estado do Piauí (FIEPI) e do Sebrae. Juntas, estas entidades desenvolveram, durante quatro anos, um grande trabalho voltado para o crescimento da cadeia da apicultura, em nove municípios da região, bem como em dezenas de outros no norte Estado.

São realidades distintas, porém, por causa de consequências climáticas. No entanto, apesar das adversidades, ambas possuem as suas potencialidades. Mas, infelizmente, o principal vetor para o aceleramento e a exploração das riquezas naturais existentes nessas regiões que é o poder público (nos três níveis), parece-me alheios à causa.

Todos os dias assistimos os “nossos representantes” anunciarem aprovação de projetos, alocação de recursos e outras vantagens que, infelizmente ficam apenas nos discursos. Se aqui for citar às obras que ilustram as retóricas, o espaço ficaria pequeno para tantas. Mas como nós já estamos acostumados a lidar com isso, esses fatos ficam marcados apenas nas discussões de mesas de bares. Outros, sequer merecem comentários, porém servem para enriquecer os currículos dos políticos.

Um pequeno exemplo: o leitor que viajar para o litoral piauiense se tiver a curiosidade de observar um fato desta natureza vai constatar “in loco” o que vou narrar em poucas linhas: Nas proximidades da famosa Volta da Jurema, na margem esquerda da rodovia você vai vir uma fileira de aproximadamente 60 postes de cimento, próprios para receberem a fiação elétrica, num raio de seis quilômetros.

Pasmem, meus caros! Um morador local disse-me que aquele “serviço” foi feito há mais de 10 anos. Segundo ele, os postes seriam para levar energia elétrica para uma comunidade próxima. No entanto, nunca um fio fora esticado sobre esses postes. Ainda, conforme o morador, consta nos órgãos competentes que o “serviço” foi realizado por completo. Certamente, deduz, a maioria dos recursos parou nas consta bancárias de alguém. É uma lástima, Deoclécio!

Jânio Holanda - Jornalista