Jânio Holanda |
No artigo recente
comentei o que presenciei durante visita a alguns municípios da
região de São Raimundo Nonato, no sul do Piauí, semiárido
piauiense. O assunto por mim abordado tratou de mostrar aos
conterrâneos estaduais e também para as pessoas de outras bandas,
fatos reais sobre as consequências da estiagem naquela região.
Não que tenha ido ali
a passeio para fazer turismo, pois apesar das “obras da natureza”
que favorece outras localidades com as chuvas, lá também têm as
suas maravilhas naturais, como as serras da capivara e das confusões.
Como comunicador, fazia
parte de uma equipe de técnicos da Federação das Indústrias do
Estado do Piauí (FIEPI) e do Sebrae. Juntas, estas entidades
desenvolveram, durante quatro anos, um grande trabalho voltado para o
crescimento da cadeia da apicultura, em nove municípios da região,
bem como em dezenas de outros no norte Estado.
São realidades
distintas, porém, por causa de consequências climáticas. No
entanto, apesar das adversidades, ambas possuem as suas
potencialidades. Mas, infelizmente, o principal vetor para o
aceleramento e a exploração das riquezas naturais existentes nessas
regiões que é o poder público (nos três níveis), parece-me
alheios à causa.
Todos os dias
assistimos os “nossos representantes” anunciarem aprovação de
projetos, alocação de recursos e outras vantagens que, infelizmente
ficam apenas nos discursos. Se aqui for citar às obras que ilustram
as retóricas, o espaço ficaria pequeno para tantas. Mas como nós
já estamos acostumados a lidar com isso, esses fatos ficam marcados
apenas nas discussões de mesas de bares. Outros, sequer merecem
comentários, porém servem para enriquecer os currículos dos
políticos.
Um pequeno exemplo: o
leitor que viajar para o litoral piauiense se tiver a curiosidade de
observar um fato desta natureza vai constatar “in loco” o que vou
narrar em poucas linhas: Nas proximidades da famosa Volta da Jurema,
na margem esquerda da rodovia você vai vir uma fileira de
aproximadamente 60 postes de cimento, próprios para receberem a
fiação elétrica, num raio de seis quilômetros.
Pasmem, meus caros! Um
morador local disse-me que aquele “serviço” foi feito há mais
de 10 anos. Segundo ele, os postes seriam para levar energia elétrica
para uma comunidade próxima. No entanto, nunca um fio fora esticado
sobre esses postes. Ainda, conforme o morador, consta nos órgãos
competentes que o “serviço” foi realizado por completo.
Certamente, deduz, a maioria dos recursos parou nas consta bancárias
de alguém. É uma lástima, Deoclécio!
Jânio Holanda -
Jornalista