Walter Firmo ministrará curso em
Teresina entre os dias 14 e 16 de agosto
“O mundo é
colorido, a vida não”, lembrou Walter Firmo, ao citar em seu site
uma frase de Luigi Mamprin. A citação encaixa-se perfeitamente em
meio às expressivas fotos em preto-e-branco do premiado fotógrafo
carioca. Referência em várias gerações de fotojornalista, Walter
recebeu a equipe do Capital Teresina para uma conversa descontraída
e enriquecedora sobre a arte de eternizar uma imagem.
Walter
Firmo ministrará em Teresina um curso nesse mês de agosto. Na era
da tecnologia, quando tudo pode ser registrado pelo celular, o
carioca lembra que a máquina é quem faz quase todo o trabalho. “Eu
quero passar [esse curso] exatamente para essas pessoas que se acham
fotógrafos, mas que na verdade não são. Quero passar as maneiras
de abrir a janela e ver o mundo, com cerimônia de composição,
trabalho de luz e entornos. A sedução e o prazer de se ver uma
imagem”, descreve Firmo.
O curso “Sem cor híbrido do
preto e branco” apresentará a tese de Walter. Para ele, ser um bom
fotógrafo significa ser ladrão, engenheiro e invisível. Ladrão
para roubar uma imagem e documentar o momento. “Ele não pensar,
ele é um cara que cuja adrenalina é tamanha que está sempre nas
confusões. Eu vejo o homem que trabalha na reportagem como um
ladrão; um cara que tem que levar a notícia seja da ordem que for
para o seu leitor. Seja tremida, desfocada, não interessa”,
explica.
O engenheiro, por outro lado, enfatiza o prazer de
ver. É o fotógrafo que trabalha com os encantamentos, com a luz,
com a composição. Ele monta uma cena. “O primeiro gosta do real,
da verdade verdadeira. O engenheiro já faz um trabalho que vai
entrar no segundo caderno; é uma crônica”, justifica. O último,
de acordo com Walter, é o invisível. “O terceiro é uma soma
desses dois anteriores. São homens que trabalham com a sedução do
olhar, mas sempre com coisas animadas, sejam automóveis ou pessoas
andando”, conclui a tese, acrescentando em seguida “eu faço os
três, dependendo da situação”.
Uma paixão pela imagem
Walter
firmo começou sua carreira como fotógrafo profissional no jornal
Última Hora, no Rio de Janeiro, em 1957. Em 1960, passou a trabalhar
no “Jornal do Brasil” e, cinco anos mais tarde, fez parte da
primeira equipe da revista Realidade, como primeiro fotógrafo
contratado para o projeto. Ao longo de sua carreira, Walter recebeu
uma série de prêmios.
Em 1963, ganhou o Prêmio Esso de
Reportagem, por Cem dias na Amazônia de Ninguém. Em 1985, foi
premiado com o Golfinho de Ouro e foi vencedor do Concurso
Internacional de Fotografia da Nikon por sete vezes entre os anos de
1973 a 1982. Firmo ainda lançou vários livros que são referencia
em fotografia.
Entre suas memórias, no entanto, Walter
conserva com um carinho especial um ensaio dedicado à Arthur Bispo
do Rosário, realizado em 1985. “Ele foi um maluco beleza que virou
artista plástico”.
O ensaio foi originalmente produzido
para uma reportagem da Revista Isto É e foi ambientado na antiga
Colônia Juliano Moreira, local onde Bispo do Rosário viveu e criou
sua obra singular ao longo de quase 25 anos. Walter permaneceu no
local por três dias registrando o trabalho do Bispo do Rosário.
“Sem cor híbrido do preto e branco”
O curso “Sem
cor híbrido do preto e branco” acontecerá nos dias 14, 15 e 16 de
agosto. Para participar, o interessado deverá investir R$ 500,00 -
pagamento Cartão de Crédito em até 04 parcelas – se o pagamento
for realizado à vista em dinheiro, ganhará 10% de desconto. Ao
final serão entregues certificados assinado por Walter Firmo.
Por
Jéssica Monteiro – Capital Teresina