Jânio Holanda - Jornalista |
A qualidade dos serviços de energia elétrica entregue ao consumidor brasileiro entrou num processo de deterioração nos últimos três anos. No Piauí o número de apagões, cresceu assustadoramente após a Eletrobras tomar de cona da Cepisa. O Setor no Estado está um verdadeiro caos, principalmente no inverno. É um DEUS nos acuda.
Sem explicações plausíveis a empresa de energia piauiense segue cobrando dos consumidores contas absurdas. E olhe lá! Se atrasarem, além do fornecimento ser cortado o nome do cidadão ou cidadã ainda vai parar no Serasa e no SPC. Em entrevistas, os diretores da concessionária tentam ludibriar as pessoas, afirmando que estão sendo feitos o necessário para amenizar o problema. No entanto, todos sabem que o motivo está na falta de investimento adequado nas redes existentes de distribuição e transmissão.
Recentemente, uma entidade de classe divulgou, nos principais meios de comunicação do Piauí, uma nota de repúdio sobre o problema, pedindo providências as autoridades competentes que tomem as medidas necessárias para impedir que novos apagões aconteçam.
Segundo a nota, para um Estado sofrido como o Piauí qualquer paralisação no fornecimento de energia tem o condão de acarretar prejuízos incalculáveis. “O empresário, que já vive assolado também por uma carga tributária das mais altas do mundo, não pode se dar ao luxo de ter suas atividades suspensas por falta de compromisso social, negligência e descaso daqueles que estão à frente das empresas responsáveis pelo fornecimento de energia”.
Mas, não são somente os empresários que estão pagando esse pato, não. Na noite de sexta-feira (18), numa casa de show de Teresina, onde o espaço é aberto ao público, à energia foi embora por volta de 2 horas da madrugada e adivinham o que aconteceu? Nem precisa responder, mas os coitados dos garçons tiveram que arcar com os prejuízos do proprietário, por conta do chamado “chêcho” – palavra popular atribuída quando os consumidores bebem, comem e vão embora sem pagar.
E a Eletrobras, será que vai ressarcir os prejuízos dos pobres garçons? Claro que não! Porém, ao contrario, pois no dia que chegar a conta do mês na casa de cada um deles, a Eletrobras não vai aceitar a justificativa pela inadimplência. A medida a ser tomada pela empresa é interromper o fornecimento de energia desses trabalhadores. Pobre sofre!
O jornal Estadão, em matéria sobre o assunto, aponta que no Nordeste, a campeã no ranking de maior tempo sem energia é a Companhia Energética do Piauí (Cepisa), administrada pela Eletrobras.
No Piauí, o tempo médio que os consumidores ficam sem luz por ano é de 47 horas. O descontentamento com a qualidade dos serviços é tamanho que 24 cidades conseguiram liminares (já derrubadas) para não pagar a conta de luz.
Jânio Holanda – Jornalista
(janiopholanda@hotmail.com)