O diretor de Comunicação do Sindicato
das Empresas de Transportes Urbanos de Passageiros de Teresina
(Setut), Solfieri silva, declarou, nesta quinta-feira (21-11), que a
Prefeitura de Teresina precisa ampliar o número de faixas exclusivas
para a circulação dos ônibus coletivos. “Esta medida é
necessária para obter bons resultados em termos de mobilidade
urbana, com investimentos relativamente pequenos”, defendeu o
empresário.
O posicionamento do diretor do Setut é
respaldado por renomados especialistas. É o caso de Otávio Vieira
da Cunha Filho, bacharel em Administração e Ciências Contábeis,
empresário de transporte urbano de passageiros em Marabá (PA), e
membro do Conselho Diretor da Associação Nacional de Transportes
Públicos (ANTP). Otávio é também presidente da Diretoria
Executiva da Associação Nacional das Empresas de Transportes
Urbanos (NTU).
Presidente ainda da Seção 1 –
Passageiros, da Confederação Nacional do Transporte (CNT), o
empresário paraense sustenta estar provado que as faixas exclusivas
conseguem mesmo tirar os ônibus dos congestionamentos. Com isso, há
redução do tempo de viagem, e a diminuição dos custos
operacionais do transporte público. Este efeito, segundo o diretor
do Setut, já pode ser medido em função da faixa exclusiva
implantada na Avenida Frei Serafim.
Ganhos de eficiência
“A Prefeitura de Teresina precisa
ampliar o número de faixas exclusivas para o trânsito dos ônibus
coletivos, a exemplo do que ocorre em outras capitais, com grande
êxito”, acrescentou Solfieri Silva. “Ao lado da diminuição da
carga tributária, ganhos de eficiência com essa magnitude assumem
grande importância neste momento em que se discutem alternativas
para reduzir o valor da tarifa paga pelo usuário”, destaca Otávio
Vieira.
A NTU preparou inclusive uma simulação,
comparando o comportamento dos ônibus em um corredor compartilhado
com automóveis, motos e outros veículos com a situação dos mesmos
ônibus em faixa exclusiva. No meio do congestionamento, a velocidade
comercial média dos ônibus ficou em torno de 17 km por hora,
enquanto na faixa exclusiva a velocidade foi 60% maior, alcançando
27,5 km por hora, possibilitando uma redução significativa nos
custos da operação.
O presidente da Diretoria Executiva da
NTU considera ainda que a redução do tempo de viagem amplia a
qualidade do serviço, e o melhor desempenho na pista proporciona
menor consumo de combustível, contribuindo para reduzir os índices
de poluição ambiental. “Resumindo, as faixas exclusivas para
ônibus têm várias vantagens e rigorosamente nenhuma
contra-indicação, constituindo experiências a serem
multiplicadas.”
Sistema BRS
Uma das experiências bem sucedidas
acontece na capital fluminense. Desde 2011, o Rio de Janeiro vem
demonstrando ser possível implantar um sistema de Bus Rapid Service
(BRS), nome que pode ser traduzido por “serviço rápido por
ônibus”. Trata-se da destinação de duas faixas de rolamento
exclusivamente para os ônibus, enquanto o tráfego de automóveis e
de outros veículos individuais é permitido nas outras faixas da
via.
Segundo dados oficiais, ainda
preliminares, em São Paulo, divulgados em setembro, a nova
sistemática conseguiu reduzir em aproximadamente 46% o tempo de
viagem em diferentes corredores. E conta com o apoio de 88% da
população, de acordo com pesquisa realizada pelo Datafolha. Em
linhas gerais, o sistema exige a marcação do solo, monitoramento
para dificultar a invasão da faixa do ônibus pelos carros, e
determinação da autoridade municipal.
“É necessário que todos compreendam
e possam seguir as novas regras”, receita o diretor do Setut,
lembrando que a Lei da Mobilidade Urbana – Lei nº 12.587/12 –
resguarda os administradores municipais neste sentido. “A lei tem
como princípio ‘a equidade no uso do espaço público de
circulação, vias e logradouros’, e estabelece como diretriz
claríssima a ‘prioridade dos serviços de transporte público
coletivo sobre o transporte individual motorizado’”.
Assessoria de Comunicação
SETUT